26 de março de 2005

"The Life Aquatic with Steve Zissou"

Gostei muito deste filme, fez-me lembrar do quanto eu gosto de ir ao cinema, fez-me pensar em muitas mais coisas, mas principalmente no facto de que eu adoro cinema. gosto do ritual que é ir ver um filme, ao cinema. Este filme assim como alguns outros, me relembra as razões porque gosto tanto de ver filmes e porque sempre tive tanta vontade de participar na feitura de um filme. tanta vontade, tanta tanta que nunca ganhei muito tempo a tentar perceber em que parte de um filme gostaria eu de participar, ajudar, decidir. Acho que a resposta a essa dúvida nunca ficará esclarecida totalmente, mas entretanto vou fazer o que faço sempre, vou experimentar, sei que é aí que me sinto feliz, bom... como o meu suposto antigo chefe diz "onde alcanço mais momentos de felicidade"; aí a pensar em bandas sonoras, actores, planos abertos e fechados e a maior parte das vezes errados, estética, locais, ideias absolutamente geniais para argumentos, e sublinho ideias... e inclino ideias pois fico-me sempre por aqui, pois nunca avanço muito mais do que duas frases de um dialogo, ou no maximo chego a meio de uma sinopse, imaginam portanto quão feliz fiquei ao ler que o Wes Anderson detesta escrever sozinho e que o faz sempre acompanhado de alguém. Et Voila. Se tens problemas de concentração não te esforces para vencer o problema, vai tomar um café com um amigo. Say no more.

Voltando ao filme, se és daquelas pessoas que detesta pessoas esquisitas, não vás ver este filme.
Voltando ao filme, se és daquelas pessoas que adora pessoas excentricas vai ver este filme.

É assim que se pode dividir os espectadores para este filme. se costuma acenar ao senhor dos "adeus" no saldanha vá ver este filme, se costuma gozar com o senhor dos "adeus"no saldanha.

E simplesmente não entendo essa ideia fantastica que um filme tem de ter um fio condutor, uma continuidade, é obvio que neste filme não vai certamente encontrar um movimento continuo, nem consta que a sua cadência ajude na digestão de pipocas, (que para que conste é alimento que me agrada cada vez mais... gluten free power!) e sim a edição está incrivelmente crua, por vezes tão naive, que me perguntei como tiveram eles coragem para fazer isto? mas é precisamente por isso (e por muito mais coisas) que este filme é genial, pela má edição e pelos picos de audio, pela não justificação, pelo não esclarecimento, pela muito bem conseguida estética 60's e por todos esses erros básicos que qualquer realizador toma numa produção que lhe levou 4 anos a pôr de pé...

...reparem como terminei o meu comentario com a palavra pé. não foi por acaso, deu muito trabalho, muita pesquisa.
Viva o Bill Murray e o Owen Wilson, viva o Willem Dafoe e o Seu Jorge, quero ser como vocês, ou mais realisticamente trabalhar com vocês.
A banda sonora está de chorar e de sorrir muito.
Não consigo parar de falar do filme... ah é verdade, obviamente e mais uma vez não se entende como é que se traduz o titulo do filme da maneira como se traduz, de forma tão idiota quem nem esclareço.

Nota de rodapé <---reparem mais uma vez no pormenor do pé

  • Hoje choveu em Lisboa, e em muitos mais sitios, fez-me lembrar os domingos dos anos oitenta, das corridas em pijama, das torradas e dos documentarios do Cousteau...

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