21 de novembro de 2007

Parte II

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Começar por Beirut é essencial. Qualquer texto necessita de uma introdução com mares, se for o mediterrâneo profundo, óptimo, se for uma banda de um americano chamado Zach Condon que já dormiu na Place des Vosges em Paris melhor ainda (só espero que ele tenha tido o bom senso de ir comer ao Chez Janou no Nº2 da Rue Roger Verlomme). Ide a www.beirutband.com, Fim de introdução.

Estava eu à espera do comboio em Godalming, depois de uma filmagem fixe mas esfomeada, incertos e incautos neurónios lançaram o tópico: "E se a cada momento que tomamos uma decisão o eu anterior morresse e um outro eu nascesse?" Eu admito que estava a apanhar uma seca sem livro para ler e os carris davam sinal de nada, assim tomei o assunto como um trago de tequilla antes de uma briga, mas cheguei, não a respostas satisfatórias mas a mais perguntas e a uma em especial reverberação. Que é feito de todos os outros eus que não tomaram o caminho que este eu que escreve escolheu? Será que a cada novo eu, o passado fica intacto, incorruptível mas principalmente intocável e assim a cada decisão podemos partir por esses novos caminhos sem fantasmas, sem sabedoria como uma criança que dá os primeiros passos na areia de praias de mares por descobrir?
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1 comentário:

Lisa disse...

gosto de pensar que me mato todo dia. não porque estou caminhando para a morte a cada segundo que morre, mas porque sou pessoa nova a cada resolução tomada. o passado não diz quem somos, diz quem fomos.
pode até ecoar no presente, mas ecoar no futuro é, sim, uma questão de escolha.