8 de fevereiro de 2008

Um passo literal

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Termino um livro inicio outro. O inicio do ultimo lembra-me o primeiro, nem o escritor nem a escrita são as mesmas, antes o meu fervor, aí volto à aula de português em que escrevi os meus primeiros poemas, em que li pela primeira vez em voz alta "Olhos negros" do Almeida Garret, dedicado à bonita Susana, menina portuguesa de pele, cabelos e vontade moçambicana. À aula do David João que de pés assentos na cadeira se espalhava nas costas do chão que mais tarde lhe daria direito a um atestado médico de meses, mas que lhe perdoei, afinal, ninguém leu "Quem matou o cão tinhoso" assim, com tamanha vontade de inspirar imberbes meninos e meninas betinhas. Volto à aula de Geografia do Professor Jorge que dava gritos no meio dos testes para descobrir quem copiava (os que levantavam a cabeça primeiro, segundo a sua teoria), que vinha jogar à bola connosco de charuto na boca. Sempre fui bom aluno a geografia.
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